“Macau na obra de Miguel Real e João Morgado”

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A Fundação Rui Cunha e a Associação dos Amigos do Livro de Macau realizaram a 26 de Abril de 2021, 
na sede da Fundação Rui Cunha, Macau, uma conferência intitulada 
“Macau na obra de Miguel Real e João Morgado"

Inserida no programa comemorativo dos nove anos da Fundação Rui Cunha, “Macau na obra de Miguel Real e João Morgado” integra um ciclo de eventos especiais dedicados a Macau, onde procuramos mostrar a multiplicidade de olhares sobre esta cidade e a forma como os mesmos se refletem, no caso concreto, na literatura, dando origem a diversas obras. (Vídeo da Sessão)

Segundo a organização, em “Contos de Macau”, João Morgado, compila um vasto conjunto de contos (criados a partir do material recolhido aquando da sua estada em Macau, em 2017), os quais poderíamos designar, nas palavras de Miguel Real, “por lirismo em estado puro, animado de uma prosa poética, que diferencia este livro dos seus romances históricos”.

Lirismo em estado puro porque aqui detetamos, sob e sobre um realismo social, que identifica e singulariza Macau (geografia, tradição, história do século XX, grupos sociais diferenciados, sobretudos os portugueses e os chineses), uma prosa poética que valoriza mais os sentimentos que a racionalidade, mais o voo da imaginação que a descrição fotográfica da realidade, mais a heterodoxia e a rebeldia do que a hierarquia social e, sem desprezar o elemento masculino, valoriza sobretudo os desejos e os anseios do elemento feminino.

Ver: "Lirismo e outros ismos", In: "Ponto Final" »»»

 

Miguel Real

Em “A Cidade do Fim”, uma obra fruto de uma rigorosa investigação histórica que celebra os 500 anos de relações entre Portugal e a China, Miguel Real decide relatar num romance de amor a história de Macau a par de uma biografia ficcionada de Fátimo Martins, Professor de Português radicado em Macau em 1941- e nenhuma das duas está isenta de improbabilidade, escândalo, surpresa e mesmo violência. A Cidade do Fim é, pois, a homenagem de Fátimo (o protagonista) à sua língua natal, à pátria que o adoptou e, claro, à pequena flor de lótus que fez desabrochar.

Estas e outras histórias constituíram o mote para uma sessão protagonizada pelos dois autores, onde o publico presente também participou através das suas questões.

Esta sessão foi apresentada por Ana Paula Dias, da Associação dos Amigos dos Livros, de Macau.

Veja o vídeo integral da Conferência »»»