Entrevista: Blog “Novos Livros”

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O romance sobre Magalhães fecha a Trilogia dos Navegantes
Entrevista do blog "Novos Livros"

 

1-O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Fernão de Magalhães e a Ave-do-Paraíso»?

R- Vem fechar a “Trilogia dos Navegantes”. Três romances históricos de grande investigação. “Vera Cruz“, sobre Pedro Álvares Cabral, “Índias“, sobre Vasco da Gama, e agora “Fernão de Magalhães e a Ave-do- Paraíso” (ver www.joaomorgado.net ). São romances que nos dão a biografia de três figuras cimeiras da época de ouro dos descobrimentos portugueses – ainda que Magalhães tenha terminado a sua última viagem ao serviço de Castela. Não são as únicas, mas são figuras marcantes da história marítima, líderes de homens e de ciências, que permitiram as grandes navegações das suas épocas, abrindo o mundo e descortinando novos povos e culturas. São obras que nos dão a conhecer o lado negro de Vasco da Gama e as suas três viagens às Índias, o lado humanista de Cabral e o que motivou o seu desvio até às terras do novo mundo, a perseverança de um Magalhães que mudou a face do mundo e que mais que um traidor a Portugal, foi antes um emigrante de sucesso…

 

2 – Qual a ideia que esteve na origem deste livro?

R- Magalhães foi a figura que fechou o ciclo dos Descobrimentos. Era o ideal para fechar a Trilogia. Além do mais, este ano comemoram-se os 500 anos do início da grande viagem de circum-navegação… fazia todo o sentido. Como fez a sua última viagem ao serviço de Castela, em Portugal sempre houve alguma animosidade por Magalhães, achei que era a hora de humanizar esta personalidade, dar-lhe uma voz, para que as pessoas compreendessem a sua personalidade e a grandeza dos seus feitos. Alcançou o que o célebre Colombo apenas sonhou, chegar à Ásia rumando a ocidente, descobrindo uma passagem no continente americano – “Estreito de Magalhães”. Foi o primeiro europeu a navegar no chamado “mar do sul”, a que chamou oceano Pacífico. Determinou que o globo era redondo e navegável, que era maior do que se pensava, e que tinha mais água que terra. Acabou por ser responsável por inúmeras descobertas no campo da geografia, biologia, botânica, astronomia… Descobriu mais terras que os restantes portugueses juntos. É uma figura ímpar, não sei como é que Portugal ainda tem vergonha deste homem. Este é um romance que nos abre uma nova visão sobre a personalidade de Magalhães…

 

3 – Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?

R- De momento estou a escrever um ensaio sobre Pigafetta, um veneziano que acompanhou Magalhães e narrou no seu diário toda a célebre viagem de volta ao mundo. Para 2020 devo lançar “Livrai-me do Mal”, que ganhou recentemente o Prémio Literário Ferreira de Castro 2019. Um romance actual, intimista, sobre o amor e a doença, no seguimento de anteriores livros não históricos, como “Diário dos Infiéis” e “Diário dos Imperfeitos”… é um tema muito actual, que certamente dará que falar. Estou ainda a preparar um vídeo com declamação de poesia, baseado em concertos com o pianista francês Bruno Belthoise.

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João Morgado
Fernão de Magalhães e a Ave-do-Paraíso
Esfera dos Livros  18,00 €

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OS LIMITES DO HUMANO (em Magalhães e a Ave-do-Paraíso)