São três romances históricos de grande investigação. Depois de “Vera Cruz“, sobre Pedro Álvares Cabral e “Índias“, sobre Vasco da Gama, “Magalhães e a Ave-do- Paraíso” fecha a “Trilogia dos Navegantes”.
Três romances que nos dão a biografia de outros tantos navegadores. Figuras cimeiras da época de ouro dos descobrimentos portugueses – ainda que Magalhães tenha terminado a sua última viagem ao serviço de Castela.
Não são as únicas, mas são figuras marcantes da história marítima, líderes de homens e de ciências, que permitiram as grandes navegações das suas épocas, abrindo o mundo e descortinando novos povos e culturas.
“Vera Cruz” é fruto de uma investigação aprofundada sobre Cabral, o mais desconhecido dos heróis portugueses. Na verdade nem era um navegador, antes um serrano, com provas dadas em combate no norte de África – ou seja, sempre arredado do mar. Era contudo, um homem letrado, um humanista, na transição da Idade Média para o Renascimento, o que explica algumas das suas posições mais marcantes e o seu desentendimento com D. Manuel I. A obra apresenta uma original visão das motivações que levaram a armada a terras de Vera Cruz.
“Índias” é uma obra que leva o leitor a conhecer o lado negro de Vasco da Gama – a faceta oculta que a historiografia politicamente correcta sempre escamoteou. O relato das suas três viagens ao oriente, o seu feitio irrascível e a ambição desmedida que catapultou este herói imperfeito para a fama, com o beneplácito d’el-rei Dom Manuel I, que admirava o seu caracter férreo e pragmático.
“Magalhães” deu meia-volta ao mundo ao serviço da coroa portuguesa e outra meia ao serviço de Castela. Foi primeiro homem assumir a forma global do nosso planeta e a circundá-lo, provando experimentalmente que a terra era redonda – apesar da noção teórica da sua esfericidade já existir desde os tempos antigos e revelou, pela primeira vez, a dimensão aproximada do planeta.
Ao seu cargo, teve a organização e comando da mais difícil e longa viagem marítima da História o que lhe permitiu alcançar com êxito o objetivo sonhado por Cristóvão Colombo: chegar à Ásia rumando a ocidente. Concluiu assim, um marco importante no ciclo dos Descobrimentos marítimos, iniciado um século antes, em Portugal. Esta obra leva-nos passo-a-passo pela sua estratégia inicial, e por todas as peripécias da sua monumental viagem… à sua morte, à remissão da sua memória!
As obras levam a uma grande viagem aos séculos XV e XVI, ao contexto político da corte portuguesa e castelhana, às estratégias geo-políticas e religiosas da idade-média, às maravilhas da cartografia e dos instrumentos náuticos daqueles tempos, à fragilidade das grandes odisseias, assoladas por perigos vários, tempestades, revoltas, fome, doenças… uma viagem no tempo, um verdadeiro compêndio de época para quem gosta de história.
Críticas:
“O domínio de recursos expressivos bem dosados proporciona ao leitor uma experiência única e quase física: personagens são esculpidos pelo verbo, tornam-se quase tácteis. O engenho do autor é absoluto. Regente de sua linguagem, João Morgado refaz a história com suas tintas narrativas de mestre.”
Beatriz H. Ramos Amaral – Escritora brasileira, 2019
«Consegue com elegância e destreza conciliar admiravelmente a história com a ficção, descrevendo episódios que nos encantam pela sua beleza literária e verosimilhança factual.»
– Malaca Casteleiro, prof. catedrático, linguista, “pai” do Acordo Ortográfico, 2019
Confesso nutrir certa reserva em relação aos romances históricos. No mais das vezes, por um lado, a pesquisa rasa e os muitos anacronismos não autorizam a sua classificação como “históricos”, e, por outro, o estilo pouco apurado não faz deles verdadeiros “romances”. Há extraordinárias exceções à regra, obviamente. Estou rendido a uma delas (…) o escritor português João Morgado. Um caso de admirável domínio da linguagem literária e magnífico trabalho de reconstituição de época.
Lira Neto – Jornalista e escritor brasileiro, 2019
«Desde o seu primeiro livro que leitores e críticos são unânimes, João Morgado é mestre na arte de recriar ambientes históricos longínquos, diálogos verosímeis, personagens fascinantes (…) Partindo dos registos oficiais da época e dos factos históricos comprovados, João Morgado descreve com especial detalhe, não apenas como era a vida nas naus e nas caravelas portuguesas, como todo o quotidiano lisboeta no alvor do Renascimento.»
– Clube do Autor, 2017
“Para quem gosta de uma certa linguagem antiga e de temas épicos, aqui está a leitura certa.”
João Céu e Silva, Diário de Notícias, 03.12.2018.
– «Em momento de declínio da moda literária do romance histórico (…) deve ser louvado o trabalho de investigação de João Morgado. O autor continua, com probidade, a visão de Alexandre Herculano, fundador do romance histórico em Portugal, sobre a confecção rigorosa deste género literário: verosimilhança ou similitude na história, no desenho das personagens e no enredo definidor da acção, e fidelidade aos documentos da época (…) notável romance histórico.»
– Miguel Real, Escritor e Critico Literário, Jornal de Letras, 2015
“A história de Portugal sai daqui menos mítica mas mais humana!”
– Chrys Chrystello, Presidente da AICL Colóquios da Lusofonia, IN: “Lusofonias”, 2016
“Um rigor e uma exatidão histórica intocável (…) Se a ressonância, o ritmo e a vivacidade das imagens e da narrativa nos lembra Fernão Lopes, o estilo brilha numa mescla bem-sucedida entre a crónica e a linguagem romanesca. O estilo que daqui resulta é moderno e sobretudo muito único”.
– Sérgio Luís de Carvalho, investigador e escritor, Padrão dos Descobrimentos, 15 de Maio de 2016
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