Os vulcões de Lanzarote

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João Morgado, Lanzarote ( Parque Nacional de Timanfaya), 2019

É mais que a ilha onde Saramago viveu. A negra ilha de Lanzarote tem uma personalidade própria, com casas brancas em chão preto, mesmo nos jardins, onde a pouca flora cresce por entre um areal vulcânico. Catos e pequenos arbustos vão dando algum colorido, mas pouco. Há muitas palmeiras e algumas pequenas árvores floridas. Trouxe sementes de flambiyan (são lindas) para mim e para a Deana Barroqueiro, para ela me ensinar a arte das bonsais.

É a ilha mais oriental do arquipélago das Canárias e é formada por vulcões adormecidos, e visitar o Parque Nacional de Timanfaya, é uma experiência impactante. Uma viagem no tempo, que nos permite entrar dentro das crateras e andar por entre os rios de lava solidificados, negros, mas que parecem ainda em ebulição.

Ficamos esmagados naquele negrume que nos envolve, e perante os “olhos do diabo”, buracos de onde saíu a fervura das últimas erupções, já no séc. XVIII. Razão porque em 1993, a Unesco, atribuiu a Lanzarote o estatuto de Reserva da biosfera.

 

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Esta ilha foi descoberta pelo navegador genovês Lanzelot Maloisel, em 1312. Mas entre 1730 e 1736 deram-se grandes erupções vulcânicas, que destruíram vilas inteiras, originando uma fuga generalizada da população para as outras ilhas do arquipélago. Para pôr cobro a esta debandada, o rei Filipe V proibiu o abandono da ilha sob pena de morte.

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